Written by: Artes Plásticas

Entrevista Carolina Rocha

Carolina Rocha nasceu em 1987, nos Açores. Atualmente é artista residente na escola de arte A Base. Licenciada e mestre em Artes Plásticas pela Escola Superior de Artes e Design, das Caldas da Rainha.

Em 2017 foi selecionada para participar no catálogo “PEAC 2017 – Portuguese Emerging Catalogue”, editado em Lisboa e em 2015 para a exposição “Prémio Internacional de Pintura 2015”, da Fundação Focus Abengoa, em Sevilha.

Em 2013 recebeu a Bolsa de Criação Artística da Direção Regional da Cultura dos Açores, que resultou numa exposição individual intitulada “Mistérios de Tinta”. Em 2012 ficou em primeiro lugar no concurso Labjovem.

Participa em exposições coletivas e individuais desde 2010. Atualmente vive e trabalha em Angra do Heroísmo, na ilha Terceira. Está representada em várias coleções particulares e públicas nomeadamente: Clube Soroptimist Internacional, Museu António Duarte, nas Caldas da Rainha, Museu de Angra do Heroísmo e Centro de Artes Contemporâneas Arquipélago.

Olá Carolina, obrigada por te juntares a nós hoje. Podes contar-nos um pouco sobre a tua jornada como artista e como decidiste seguir uma carreira na pintura?

Em primeiro lugar, muito obrigada pela oportunidade. Desde sempre tive uma inclinação para as artes. Quando era criança e adolescente frequentei diversas formações de expressão plástica na Oficina de Angra, uma associação cultural da ilha Terceira. Foi muito enriquecedor ter a oportunidade de mexer com diversos materiais e de estar num sítio onde havia espaço para a experimentação e a brincadeira.

És licenciada e mestre em Artes Plásticas pela Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha. Como foi a tua experiência na escola e como isso influenciou o teu trabalho como artista?

A formação na Escola Superior de Artes e Design das Caldas da Rainha foi muito importante. Permitiu-me fazer a aprendizagem dos métodos e técnicas e estabelecer contatos teóricos e práticos com diferentes conceitos e linguagens artísticas, bem como olhar para dentro, definir e afunilar caminhos.

Foste selecionada para participar no catálogo “PEAC 2017 – Portuguese Emerging Catalogue” e participaste na exposição “Prémio Internacional de Pintura 2015”. Podes contar-nos um pouco mais sobre essas experiências e como ajudaram a moldar a tua carreira?

Na exposição “Prémio Internacional de Pintura 2015” concorreram artistas de todo o mundo e ficar entre os poucos selecionados foi algo que me surpreendeu e me deixou com mais motivação para continuar. Também me senti muito satisfeita ao ver o meu trabalho selecionado para o catálogo “PEAC 2017 – Portuguese Emerging Catalogue” porque, embora seja um projeto português, também tem uma divulgação num contexto internacional.

Em 2013, recebeste a Bolsa de Criação Artística da Direção Regional da Cultura dos Açores, que resultou numa exposição individual intitulada “Mistérios de Tinta”. Como foi a tua experiência com essa bolsa e como interpretas a exposição que daí resultou?

A experiência foi bastante positiva, pois tornou-se possível estar quase um ano da minha vida focada, quase totalmente, no meu trabalho de artes plásticas. Foi um incentivo para continuar o meu percurso artístico.

Parece-me que o Governo Regional deveria incentivar muito mais este tipo de propostas, não só com bolsas, mas também com a realização de intercâmbios de artistas, através de residências. É também muito importante que haja um investimento para a compra de trabalhos de artistas residentes nos Açores, no contexto das suas exposições. Tal constituirá uma ajuda, muito relevante, para quem produz arte nos Açores. Para além de serem obras de arte, que resultaram da produção atual são exemplos e testemunhos, de referência, para as futuras gerações. 

Ficaste em primeiro lugar no concurso Labjovem em 2012. Como te sentiste ao receber esse reconhecimento e como influenciou o teu trabalho como artista?

Confesso que é uma recordação que guardo com muito carinho, pois foi o primeiro reconhecimento, através de um prémio, que me foi atribuído.

Acho lamentável que o Labjovem tenha deixado de existir. Constituía uma oportunidade de jovens criativos açorianos terem um reconhecimento do seu trabalho e de poderem expor em diferentes espaços e contextos.

Recentemente, através de uma colaboração entre a Câmara Municipal de Angra do Heroísmo e a Associação Cultural Artistas Independentes de Portugal, pintaste um mural numa escola na Ilha Terceira, Açores, seguindo o modelo pedagógico do Movimento da Escola Moderna. Podes contar-nos um pouco mais sobre esse projeto e como foi trabalhar dentro desse modelo pedagógico?

Foi a primeira vez que fiz um trabalho desse género, por isso foi uma experiência muito boa. Para além disso, o facto de o mural ser numa escola e o diálogo estabelecido com as crianças ao longo do trabalho tornou o processo ainda mais gratificante.

Já participaste em várias exposições coletivas e individuais desde 2010. Podes contar sobre algum desses projetos que consideres mais significativo ou importante para a tua carreira?

A Bolsa de Criação Artística, como já referi acima, foi uma temporada importante, pois permitiu-me estar bastante dedicada ao meu trabalho de artes plásticas.

Estás representada em várias coleções particulares e públicas. Como te sentes ao saber que o teu trabalho é deveras apreciado e colecionado por outras pessoas e instituições?

Quando estou no atelier, na maioria das fases do processo, não estou preocupada como o trabalho vai ser recebido pelo público. Acho que essa preocupação, geralmente, limita e castra a forma como desenvolvemos o processo criativo. No contexto de uma exposição gosto de perceber que, de alguma forma, o público se identifica com o trabalho.  

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Last modified: Outubro 10, 2023