Written by: Artes Em Destaque Música

Entrevista aos “Matéria”

Muita matéria de estudo nos deixou o concerto dos Matéria no Liquidambar, em Coimbra. Embora a Portugarte tenha assistido ao concerto e falado com a banda, no passado mês de setembro, vimos agora apresentar-vos a entrevista ao conjunto musical.

Primeiramente, um olá aos Matéria. Podem dizer-nos qual a história por detrás deste projeco?

3 pontos fundamentais na criação deste projeto:

  • a matéria visual
  • a matéria sonora
  • a matéria imaginativa.

Existe um álbum de Verneri Pohjola ,”Animal Image”, que nos remete para imagens muito frias como os fjords e outras referências escandinavas. Então decidi ligar algumas fotografias minhas que tem mais MATÉRIA para ser extraída e passar a mensagem.

A sonoplastia conseguida através da utilização de diversos pedais cria uma textura e base para a interação entre os demais elementos. Qual a importância dela para a concepção da vossa arte?

Na escolha dos elementos deste projeto, a escolha do Zé Vale pela sua utilização da guitarra de uma maneira textural é uma base para podermos brincar e explorar as nossas mais valias. Deste modo, sendo que não temos baixo existe uma maior oportunidade para o cru e podermos circular para frente e para trás, no espaço, sendo o mesmo mais ou menos a cola aqui.

Zorn e Marc ribot são artistas de referência para vocês?

Sim, são obviamente referências na utilização de “Guitarra Preparada” e na influências que trouxeram do noise japonês para o cânone ocidental (a conversa perde-se a falar sobre a Yoko Ono e a relevância dela na influência do noise experimental Japonês na cultura ocidental).

A interligação entre a secção de sopros de forma quase conversacional é parte integrante da vossa performance.

Eu não considero integrante… acontece! Já fizemos outras apresentações onde houve muito menos mas é um recurso que gostamos de usar e é natural cair para aí. Tal como o Zé tem uma abordagem mais textual e abstrata os sopros, que podem ter uma mais concreta e fraseada projeção. No entanto nada disto é definido, porque se trata de uma interpretação sem qualquer papel definido a priori.

A imagem através da projeção íntegra este projeto de que maneira?

A base deste projeto é a matéria visual. A componente mais concreta do referido é a imagem porque é a primeira coisa que surge: a música é uma consequência e depois a percepção do público é uma materialização destas três.

Onde poderemos estudar a matéria nos próximos tempos?

Neste momento só temos um concerto dia 14 de setembro no Porto Hotelier, mas apresentaremos mais novidades em breve.


Os matéria são compostos por João Dias -Trompete; Gil Silva saxofone tenor; Zé Vale Guitarra; Gonçalo Ribeiro -Bateria; Diana Gil -imagem

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Last modified: Outubro 7, 2022