Por vezes falta-nos o tempo e a possibilidade de dedicar-nos às nossas atividades extra-laborais e, infelizmente, a Portugarte acabou por sofrer desse terrível mal pós-moderno, no decorrer dos últimos meses.
Gostamos sempre de ter um discurso franco e aberto com a nossa comunidade, em vez de andarmos com grandes rodeios, e damo-vos a conhecer que, apesar de não andarmos presentes nas redes sociais e na magazine, tivemos bastante trabalho de backstage.
Tornámo-nos assim uma Associação Cultural e temos já alguns trunfos na manga. Um deles é a possibilidade de trabalharmos como editora e produtora de espetáculos.
Outro foi a aceitação de uma nossa candidatura a um projeto cultural artístico na Região Autónoma dos Açores. Ainda estamos à espera do resultado, mas temos confiança que tudo dará certo, de uma forma ou de outra.
E, um terceiro trunfo, foi a nossa presença assídua em diversos espetáculos culturais que decorreram nestes últimos tempos, tanto em Portugal continental como nas ilhas dos Açores. E, tal interesse nosso, acabou por levar-nos a, uma vez mais, deveras interessantes realidades artísticas.
Um excelente exemplo disso foi o facto de termos conhecido a Escola EB1/JI do Pico da Urze (Ilha Terceira, Açores) que possui a pedagogia do Movimento da Escola Moderna.
Quebrando os tabus das amarras tradicionais da educação contemporânea, a Escola do Pico da Urze pretende assim criar paralelismos com a pedagogia de Paulo Freire, onde os alunos possuem um maior controle e autonomia sobre a sua educação.
E, como não podia deixar de ser, tal acabou por refletir-se numa tremenda participação cívica e artística dos pupilos terceirenses. Deste modo, queremos mostrar-vos algumas das fotografias da arte criada pelos alunos desta escola. Atenção que esta não é uma extensa cobertura visual da Escola mas sim um olhar sobre alguns dos seus detalhes que, de acordo com este vosso editor, são pontos interessantes a considerar.
E, além disso, atenção que esta publicação anuncia-vos também que teremos algumas surpresas e iniciativas a realizar com a Escola do Pico da Urze, no decorrer das próximas semanas. Fiquem atentos! Mais fotografias, projetos e coisas lindas virão nos próximos tempos, fica a promessa!
E, sem mais demoras, aqui estão algumas fotografias da referida escola!
Tivemos também a oportunidade de conversar com a professora Ângela Costa, que nos comentou o seguinte:
O Movimento da Escola Moderna é um modelo pedagógico, que se propõe construir através da ação dos professores que o integram, a formação democrática e o desenvolvimento moral dos alunos com quem trabalham, através da participação dos alunos na gestão do currículo. Os alunos responsabilizam-se por colaborarem com os professores no planeamento das atividades curriculares, por se inter-ajudarem nas aprendizagens que decorrem de projetos de estudo, de investigação ou de intervenção e por participarem na avaliação. Esta avaliação assenta numa negociação cooperada dos juízos de apreciação e do controlo dos objetivos assumidos nos planos curriculares coletivos, nos planos individuais de trabalho, de outros mapas e de listas de verificação do trabalho de aprendizagem, que servem para registo e monitorização do que se contratualizou em Conselho de Cooperação educativa.
O Movimento da Escola moderna permite o desenvolvimento artístico dos seus alunos porque lhes dá a liberdade responsável de os alunos escolherem as obras artísticas em que se querem envolver e desenvolver, tendo por base o currículo.
Professora Ângela Costa
Por último, a professora Ângela deu-nos a conhecer o feedback dos alunos e encarregados de educação, perante este novo modelo pedagógico:
O feedback é muito positivo. Os alunos estão motivados e têm uma participação ativa na vida da turma. Envolvem-se em todos os projetos, de estudo, de investigação ou de intervenção, manifestando gosto pelo que estão a fazer, apresentando e desenvolvendo ideias, que são negociadas no seio do grupo turma, assim como desenvolvendo várias competências ao nível pessoal e social.
Os encarregados de educação procuram esta escola para os seus filhos. Acreditam que este modelo rompe com a escola tradicional e torna os seus filhos cidadãos mais justos e interventivos, pois vivem num ambiente democrático e de respeito pela individualidade de cada um