A “Associação Asas à Imaginação” vai realizar, nos meses de maio e junho de 2021, a 1.ª edição do FESTIVAL METAMORFOSE. Um evento inédito que vai apresentar sete projetos musicais, a solo ou em grupo, escolhidos a partir de um concurso nacional, aberto até 10 de abril. O regulamento e inscrições estão disponíveis no site oficial.
O FESTIVAL METAMORFOSE irá apresentar semanalmente, aos sábados à noite, os sete concorrentes selecionados que interpretarão cinco temas — dos quais três, no mínimo, devem ser originais. As actuações serão efetuadas a partir de um estúdio, com gravação em direto e emissão via streaming através de plataformas digitais.
Carlos Gago, Katia Guerreiro, Manuel Rocha e Tiago Nogueira são os elementos do júri que selecionam os participantes, aos quais se juntará o público (pela contabilização de visualizações dos programas e através de voto direto no site) para definir os vencedores que terão acesso a prémios monetários no valor total de 3.000,00€.
A Portugarte quis saber mais sobre esta oportunidade para os artistas independentes e entrevistou o director do festival, que além de presidir a “Associação Asas à Imaginação”, foi também membro fundador dos Anaquim.
Entrevista | Festival Metamorfose
Antes de mais, a Portugarte queria felicitar pela iniciativa. Dar voz aos que tanto têm para nos dizer, é algo com que nos identificamos muito. Como surgiu esta ideia do festival METAMORFOSE?
Obrigado pelas palavras de felicitação.
A ideia do Festival Metamorfose cumpre o propósito da existência da associação que presido, “Asas à Imaginação”. Sendo nossa missão desenvolver e implementar projetos culturais e artísticos, numa fase tão particular das nossas vidas em que vive confinada, encasulada, cabe-nos o papel de ajudar a que tal não se verifica. Este convite à mudança, ao desconfinamento da Arte aparece como um apelo à Metamorfose. A música e a arte não podem parar.
Que estilos de música procuram? E quais as condições para as candidaturas?
O Festival é aberto a todo o país, todas as nacionalidades, línguas, géneros e estilos musicais. A solo ou em grupo (máximo 5 elementos), com a apresentação de cinco temas (três dos quais originais), os sete selecionados pelo júri composto por Carlos Gago, Katia Guerreiro, Manuel Rocha e Tiago Nogueira vão apresentar-se em concertos semanais, aos sábados à noite, em direto e em streaming.
Esta é a primeira edição do festival que, assim como tantos outros eventos espalhados pelo mundo, escolheram o formato streaming. Esta forma de organizar a cultura tem sido usada como escape, mas está cada vez mais fincada na arte e no entretenimento. Achas que o streaming veio para ficar? Se houver METAMORFOSE nos próximos anos tentarão fazê-lo ao vivo e com público ou vão manter-se no digital?
O Festival é realizado no contexto que vivemos. Os projetos musicais estão impedidos de pisar a maioria dos palcos. A condição de não poderem mostrar as suas criações e interpretações artísticas ao vivo, convida a que se procurem outras formas de partilha com o público. A difusão da arte através das redes digitais, em particular através do streaming, existe há já alguns anos. Tem sido uma das formas privilegiadas de aproximação dos criadores com o público, em pequena ou grande escala. Sendo hoje o palco de eleição, pretendemos realizar algo inédito que reúna essa forma de ligação público-artista já existente mas que estava espartilhada. Tendo como móbil a mobilização das pessoas, a partir dos critérios que escolhemos para o apuramento dos vencedores, vamos permitir que cada projeto musical alcance mais pessoas do que usualmente alcançariam.
As próximas edições serão desenhadas conforme o enquadramento social em que tiverem lugar.
É sabido que é muito difícil as bandas ou outros projectos artísticos conseguirem a visibilidade que merecem. Mas também é um facto que há muitos projectos como o festival METAMORFOSE e a associação “Asas à Imaginação” que se assumem como incubadoras de novos talentos. Qual achas que é a tendência no consumidor? Há espaço para novos projectos? Ou cada vez está mais difícil atingir essa visibilidade?
A tendência do consumidor, independentemente do produto que falamos, é naturalmente pelo conteúdo inovador. Seja ele novo ou menos novo. A sociedade que vivemos apela-nos a uma constante reinvenção do indíviduo bem como à sua multidisciplinaridade. O novo projeto se cumprir os requisitos que o consumidor pretende, ganha o seu espaço pois existia um espaço, que possivelmente o projeto musical desconhecia que existia para si. Sem arriscar, sem partilhar, sem se apresentar não saberá se o seu espaço estava ali, à sua espera.
Porque é que as bandas devem aproveitar esta oportunidade e enviar a candidatura para participar no festival?
O Festival Metamorfose pretende ser o palco de uma cultura que diz não ao encasulamento das criações artísticas. A oportunidade de comunicar para um público vasto, de contribuir para uma cultura solidária, de participar num evento inovador, que reúne uma classificação inédita entre número de visualizações do programa, votação do público e de um júri e, naturalmente, de serem premiados monetariamente por algo que amam fazer são ingredientes únicos que convidam à participação.
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