Os Bardino chegam ao Portugarte através da seteoitocinco, para mais um episódio de “Qual o teu seteoitocinco?”.
Com o último álbum, Centelha, trazem um jazz muito enriquecedor para o panorama da música em Portugal. Pouco elitista e despreocupado, mas com uma grande interacção entre ritmos, melodias e as texturas.
Fazem-nos ir buscar estrangeirismos como avant-garde ou fusion, que tão bem acompanham o jazz contemporâneo e que temos muito gosto em apreciar em terras lusitanas.
Bardino
Descobrir as diferenças que há nos Bardino da editora ZigurArtists (Ep homónimo / 2017) e os Bardino da Saliva Diva (LP ‘Centelha’ / 2020), é como despir a palavra sofisticação e reservar no interior das mesmas ações – uma transmutação cristalina.
O projecto da Cidade do Porto consegue a rara proeza de nos deixar livres, ao sabor do tempo que cumpre a história do vento. De saborear ao sabor de uma caça que não tem pé de promessas, mas reduto sem ordem de sinónimo, para se manter de janela sempre aberta.
Fomos de braços abertos questionar qual o seteoitocinco para tanto brilho e o projecto, prontamente, disse: presente.
Sete espaços onde sonham actuar:
“Decidimos aqui restringir o leque das nossas escolhas a sítios onde tenham estado pelo menos dois de nós juntos a ver um concerto. Aconteceu, a título de exemplo, estarmos os três a ver o concerto dos The Rite of Trio no Teatro Ribeiro Conceição, a propósito do Zigurfest, e comentarmos que seria um sítio onde gostaríamos de tocar e no ano seguinte, lá estávamos.
Por essa razão, achamos que esta restrição adicionaria algo ao exercício, e aproveitamos para mencionar o último concerto que nos marcou nessa sala.”
- Casa da Música Sala 2 – Mark Guiliana;
- Paredes de Coura – Black Midi;
- Primavera Sound – Nick Cave;
- Serralves em Festa – João Barradas;
- Tremor – Za!;
- Theatro Circo – Tigran Hamasyan;
- Understage Rivoli – HHY & The Macumbas;
Oito músicas que todos, consensualmente, apreciam:
“Exercício difícil, as hipóteses são muitas. Acabámos por recolher entre os três, músicas que ouvimos algures entre a composição e a produção do disco Centelha. Muitas mais ficaram de fora.”
- Strings of Light – Yussef Kamaal;
- The Wad – Vels Trio;
- Galaxy – Bruno Pernadas;
- Falaise – Floating Points;
- What Kinda Music – Tom Misch, Yussef Dayes;
- Building a Ladder – Hiatus Kayote;
- Delorean Dynamite – Todd Terje;
- ‘Tis Pity She Was a Whore – David Bowie
Cinco projectos/artistas com que gostavam de dividir palco:
“Naturalmente, no seguimento da resposta anterior”:
- Kamaal Williams;
- Tigran Hamasyan;
- Floating Points;
- BADBADNOTGOOD;
- The Comet Is Coming
Digam-nos uma ideia que possa ser aplicável e capaz de contagiar as pessoas a olhar, um pouco mais, para a música nacional:
“Recentemente falou-se muito da quota de música portuguesa nas rádios, a propósito do recente aumento. É um tema controverso e não temos neste momento uma posição convicta sobre isso.”
Playlist de Bardino
Este é o testemunho de retorno provindo das suas hábeis palavras. Bem vindos e bem vindas ao universo que sonoriza a natureza dos Bardino.
1) Bardino – Limbo (‘Centelha’ – LP / 2020)
2) David Bowie – ‘Tis a Pity She Was a Whore (‘Blackstar’ – LP / 2016)
3) Todd Terje – Delorean Dynamite (‘It’s Album Time’ – LP / 2014)
4) Bardino – Centelha (‘Centelha’ – LP / 2020)
5) Yussef Kamaal – Strings Of Light (‘Black Focus’ – LP / 2016)
6) Floating Points – Falaise (‘Crush’ – LP/ 2019)
7) Bruno Pernadas – Galaxy (‘Those Who Throw Objects at the Crocodiles Will Be Asked to Retrieve Them ‘ – LP / 2016)
Links de Bardino
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