Slimmy celebra 20 anos de carreira com uma edição especial do seu primeiro Best Of, que para além de incluir 21 temas, traz um livro de fotos alusivo a cada um dos anos, pins, e uma pasta com acesso a material exclusivo e inédito, como concertos, remixes, demos, etc.
A edição “20 Years, The Best(Of) is Yet To Come” recupera ainda um dos temas mais eletrizantes do seu primeiro álbum com o single “Set Me on Fire”.
Nesta edição especial destacam-se temas como “Beatsound Loverboy”, “Um Anjo Como Tu”, “You Should Never Leave Me Before I Die”, entre muitos outros.
A carreira de Slimmy começa no início dos anos 2000 e em 2007 tornou-se na “next big thing” com o álbum “Beatsound Loverboy”, com singles a serem êxitos na rádio, um tema na banda sonora da série “CSI Miami” e convidado para todos os programas de rádio e televisão.
Foi também com este álbum que Slimmy ganhou a nomeação da MTV para o Best Portuguese Act e para os Globos de Ouro.
“Beatsound Loverboy” foi considerado o terceiro melhor álbum nacional desde 1994, numa votação realizada para comemorar os 15 anos da Antena 3 em 2009.
O músico portuense percorreu o país com a Sex&Love Tour que, entre 2007 e 2009, registou mais de 150 concertos entre os quais se destacam aqueles apresentados em festivais como o Paredes de Coura 2007 (palco secundário) e o Marés Vivas 2008 no palco principal, primeiras partes em concertos de Moby e The Prodigy.
De 2010 a 2018 Slimmy continuou a trabalhar, lançando alguns álbuns e EP’s, desde “Be Someone Else” em 2010, “Freestyle Heart” em 2013, “Left in the dust” EP em 2016 e “Beatsound loverboy remastered + B sides” em 2017.
Em 2019 lançou o álbum “I’m not crazy, I’m in love”, o 4º disco de originais que contém 10 temas em inglês e 5 em português, com edição da INDEPENDENT Records. “I’m not crazy, I’m in love” é uma resposta emotiva e positiva de Slimmy a uma depressão que o afastou durante alguns anos, cujas marcas deixadas se refletem nas histórias das canções, com destaque para uma aposta forte no português e numa sonoridade mais pop.
Slimmy e a sua sonoridade electro rock aliada ao seu visual irreverente conquistou sem dúvida o seu lugar na História da música nacional.
Entrevista “SLIMMY”
Ao cumprir vinte anos de carreira, que diferenças artístico-musicais encontramos entre o Slimmy do início dos anos 2000 e o Paulo Fernandes dos dias de hoje?
Boa tarde! Não há muitas diferenças. Eu diria que a principal foi a escrita de canções também em português, e algumas delas com grande sucesso, que no inicio do projecto não imaginava que fosse possível, ou não encarava como uma possibilidade, de resto, todo o universo electro-rock e conceito visual de Slimmy continua o mesmo.
De que forma é que viver em Inglaterra, e a tua respectiva internacionalização (banda sonora do CSI, prémio MTV para Best Portuguese Act, música nos resumos desportivos da Sky Sports, entre outros) influenciou a forma como percepcionas e crias a tua arte?
Não influenciou a forma de criar, deu-me sim motivação e crença que teria qualidade para concorrer com outros nomes, de qualquer parte do mundo. Criei o Slimmy com o intuito de chegar ao maior número de pessoas possível e nunca ficar por um único país ou mercado musical.
Ao longo da tua carreira, foste editado por várias labels (Som Livre, Optimus e iPlay). O teu último álbum, “I’m Not Crazy, I’m In Love” (2019), tal como esta compilação de celebração de duas décadas de música, estiveram a cargo da INDEPENDENT Records (IR). Podes falar-nos sobre as tuas experiências editoriais passadas e como te sentes atualmente ao ser editado pela IR?
Os dois primeiros álbuns, lançados pela Som livre e depois Iplay, tiveram como é obvio toda uma estrutura e planeamento de lançamento que me tirou um pouco essa tarefa, estava habituado a ter que fazer tudo sozinho e de repente tinha toda uma equipa a trabalhar comigo. O terceiro, “Freestyle Heart” foi uma edição de autor e a experiência não foi tão positiva.
Neste momento a Independent Records está a fazer um comeback (regresso), uma vez que já teve muita força nos anos 90, com pessoas muito talentosas e honestas, e uma equipa que me deixa com muita esperança no trabalho que temos vindo a realizar em conjunto.
Deste a conhecer ao público português uma difícil fase da tua vida, que se traduziu por uma depressão e abuso de drogas e álcool. Estas marcas passadas certamente moldaram a tua criação musical e a maneira como encaras o mundo. Num momento em que se fala abertamente sobre a saúde mental, que conselhos tens para os artistas (e não só) que atualmente estão a passar por negros momentos?
Antes de tudo, o principal é que é possível viver de uma forma saudável e fazer rock n’ roll e ser um louco em palco na mesma, e escrever canções altamente sem estar dependente da inspiração vinda de substâncias. E depois, o que resultou comigo foi procurar ajuda profissional e falar muito, e tentar resolver todas as coisas mal resolvidas na minha mente.
Sei que há vários colegas na mesma situação que eu mas que não devem ter receio ou vergonha de procurarem essa ajuda. Assumir que estamos mal é o primeiro passo para nos começarmos a curar.
O título desta compilação, “20 Years, The Best (Of) is Yet To Come”, é revelador do teu futuro trabalho artístico. Que podemos esperar do Slimmy nas próximas duas décadas?
Espero ter saúde para estar cá mais duas décadas (risos), o título é mais otimista que eu próprio, mas penso que estou a defender-me da nostalgia que por vezes me ataca.
Encontro-me a gravar o 5º disco de originais, já com um single para sair nas próximas semanas, e continuo a querer mudar o mundo e a querer tocar as pessoas através das minhas canções.
Redes Sociais do Slimmy
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