O primeiro episódio desta série traz-nos Himalion.
A seteoitocinco é uma produtora de concertos sediada no Porto, que se foca em trazer para o público da cidade invicta bandas independentes. Junta-se ao Portugarte, para que todas as Sextas-feiras te apresente um novo projecto musical.
Himalion
O que verdadeiramente aconteceu, foi termos tido a sorte de nos cair do céu o tema (海岸) Hour + Glass, que incorpora a música número 5 do primeiro registo discográfico EGRESS. Este álbum celebrou um ano de vida no passado mês de Janeiro e o músico Aveirense apresentou o seu último espectáculo ao vivo em Agosto do verão de 2020.
É a nossa vez de reconhecer a candura deste álbum e a afeição que por ele sentimos. Em tempos de extrema necessidade para nos confinarmos, a seteoitocinco e o Portugarte exibem esta estreia em jeito de rubrica, para conhecermos mais de perto quem mora no interior de quem se dedicou a compor um conjunto de maravilhas.
Nesta edição número 1, colocamos 3 questões ao Diogo Sarabando e acrescentamos um desafio para uma resposta solta. Foi com enorme orgulho que recebemos o testemunho de retorno das suas palavras.
Sete espaços onde sonhas actuar?
Em Portugal – Theatro Circo em Braga, Festival Paredes de Coura, Oceanário, Observatório Astronómico de Lisboa.
Internacionais – Os anfiteatros naturais Red Rocks e The Gorge nos USA, Michelberger hotel onde se organiza o festival PEOPLE.
E tantos outros sítios que ficam de fora.
Oito músicas que vivamente aconselhas a serem ouvidas?
- Estou além – António Variações
- Minha alma de amor sedenta – António dos Santos
- Maldição – Amália Rodrigues
- Fogo Manso – Afonso Cabral
- Still feel it All – MARO
- Onde estou eu – Manel Cruz
- Tempo para Cantar – B Fachada
- Turn off the light – Emmy Curl
Cinco projectos/artistas com que gostavas de dividir palco?
“Acho honestamente que iria estragar qualquer colaboração que quisesse fazer em palco.
A nivel internacional gostaria de trabalhar com o Blake Mills (não tanto em palco, mas mais na vertente estúdio).
A nivel nacional, díficil escolher mais uma vez, mas Noiserv, Manuela Azevedo, Afonso Cabral, e obviamente, neste momento, todos os músicos que me vão acompanhando em himalion, seria bom poder voltar a dividir palco com eles num futuro próximo.”
Diz-nos uma ideia que possa ser aplicável e capaz de contagiar as pessoas a olhar, um pouco mais, para a música nacional?
“A minha resposta a esta questão talvez seja muito chata mas é sentida.
Pode ser apenas a minha percepção, mas de há uns 15 anos para cá senti que a produção musical em Portugal evoluiu bastante. Muito deve-se obviamente aos avanços tecnológicos que foram feitos na área de captação de som, produção e tudo mais, mas parte disto deve-se também a uma mudança de mentalidades das gerações mais novas e ao consequente crescente apego aos artistas portugueses – por outras palavras, parece-me que se tornou finalmente “fixe” ouvir o que é nosso, e ainda bem. Por isso toda a problemática – que agora se acendeu com a questão das rádios e das quotas impostas pelo governo – de “não haver qualidade” é um não problema. Quem diz isso, claramente não está a prestar atenção.
Ultimamente as minhas explorações e pesquisas andam em torno mais da world music, no entanto a minha lista em cima – e tanto que ficou de fora – limitada pelo meu gosto, mas algo diversa a vários níveis, pretende mostrar que não só em contexto histórico como actual, existe objectivamente qualidade.
Por isso, é uma dica mais que batida – e é a mesma que daria se estivesse a falar de um pequeno negócio – mas nunca é demais decalcar. É talvez das coisas mais económicas/rentáveis a fazer, porque com tão pouco se faz tanto impacto – subscrevam a todos os canais dos artistas nacionais que gostam, partilhem, comentem nem que seja com o cliché simbolozito das chamas, comprem directamente através deles, comuniquem, deixem uma mensagem de apoio. Todos precisamos disto, principalmente a começar, principalmente agora.”
Playlist de Himalion
Este é o universo que compilamos das respostas dadas por himalion, em sete referências do seu mundo que escolhemos para sonorizar a sua natureza.
1) himalion – (海岸) Hour + Glass (‘EGRESS’ – a collection of 8 songs that serves as an introduction to himalion / 2020)
2) Manel Cruz – Onde estou eu (‘Vida Nova’ – LP / 2019)
3) Amália Rodrigues – Maldição (‘Fados 67’ – Mais tarde chegou a ser reeditado em Portugal com o título “Maldição”)
4) himalion – (山) Ever-Changing + Stasis (‘EGRESS’ / 2020)
5) Emmy Curl – Turn off the light (‘Birds Among The Lines’ / 2010)
6) Afonso Cabral – Fogo Manso (‘Morada’ / 2019)
7) Maro – Still Feel It All (‘ it´s OK’ / 2018)
Links de Himalion
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Obrigado pelo apoio Ana! 🙂 Todas as sextas-feiras sairá um novo episódio desta série. Podes aproveitar para saber mais sobre a seteoitocinco neste episódio do podcast: https://portugarte.pt/2020/12/01/podcast-como-estao-os-concertos-no-porto-conversa-com-a-seteoitocinco/