Falamos com Paulo Rui, vocalista dos Besta: uma das bandas mais relevantes do panorama nacional de música extrema. O grind deste agrupamento não é indiferente a ninguém e editaram, o ano passado, o maravilhoso disco “Eterno Ranco” pela editora alemã Lifeforce (CD Digipack e LP azul e laranja) e pela portuguesa Raging Planet (cassete).
O Paulo Rui aceitou o nosso desafio “TOP 5” e deu-nos a conhecer um pouco melhor a sua perspectiva do underground nacional.
1) Cinco registos sonoros que marcaram o underground
Felizmente a nossa história é bastante rica e podia mencionar praí uns 30 que acho que marcaram a nossa cena… vou tentar mencionar cenas diferentes e de certa forma de alturas diferentes também … reforço, é a minha opinião pessoal, então assim de repente e de cabeça menciono:
Podia ter mencionado bandas com discos marcantes como Gangrena, WC Noise, Thormentor, Sacred Sin, Mata Ratos, Peste e Sida, Renegados, Decayed, Disaffected, Tara Perdida e tantos tantos outros que poderiam entrar aqui tal como na pergunta que fazes logo a seguir.
2) Cinco respeitáveis bandas (actuais e antigas)
Outra daquelas listas que podia enumerar dezenas, tanto actuais como mais antigas, mas :
E mais uma vez tantos outros como X-Acto, Motornoise, Corpus Christii , Subcaos, Tarântula, Mindsnare, Analepsy, Devil In Me, Zen, Mosh, The Parkinsons, Process Of Guilt, etc… dar só 5 “mata-me”… estava aqui um dia inteiro a falar de bandas!
3) Cinco lojas de discos importantes
Focando me mais no que me rodeia e onde faço as minhas comprar habitualmente menciono:
Mas claro que podia mencionar lojas como a Carbono, Glam-O-Rama, X&Y e mais umas quantas! Sem contar claro com distros online!
4) Cinco venues significativas
Bem vou tentar espalhar isto pelo país, pois só com venues do Porto quase podia fechar a lista e também serão venues que são um suporte não só para as bandas tugas mas também que recebem bandas do underground estrangeiro em tour regularmente:
- HardClub (Porto)
- RCA (Lisboa)
- Bafo de Baco (Loulé)
- Stereogun (Leiria)
E um dois em 1
- Metalpoint e Barracuda (Porto)
Claro que podia ter referido Musicbox (Lisboa) ou Sabotage (Lisboa) por exemplo, e tantos outros que são sempre passagens importantes, mas dava te realmente uma lista gigante … e claro sem falar dos extintos Cave 45 (Porto) ou Porto Rio (embora não extinto já não faz show do nosso circuito) e tantos outros! Só 5 torna tudo difícil Ahahahah
5) Cinco notáveis bares/tascas ou restaurantes (veganos, vegetarianos ou não-vegetarianos)
Mais uma vez vou-me ficar no que me rodeia e que visito regularmente:
- Tasca Restaurante
Ps. Se o Black Mamba ainda existisse seria mencionado com certeza!
BÓNUS
Podem contar-nos como foi a experiência de fazer um tour no Brasil? Quais foram as principais diferenças que encontraram entre o underground brasileiro e português?
Foi incrível… tanto a tour em 2015 com “o cúmplice”, em que fizemos acho eu 24 shows em 32 dias, por cerca de 18/19 cidades diferentes em 6/7 estados diferentes… bem como a tour de 2018 com o “Desalmado”, em que fizemos 16/17 shows em 21/22 dias, por cerca de 14 cidades diferentes, desta vez apenas no estado de São Paulo e onde até gravamos um álbum ao vivo, foram experiências incríveis, que contribuíram muito para o crescimento e solidez da banda claro!
Em termos de diferenças, talvez a diferença maior seja que o underground brasileiro é mais politizado e por vezes mais dividido por sub géneros do que aqui!
Mas é um pouco semelhante ao resto do mundo sinceramente… a maior diferença mesmo foi o facto de sermos uma banda estrangeira, então a maior parte do pessoal que estava nos shows estava especificamente para nos ver, tal como acontece a basicamente qualquer banda que faz tour noutro país, então a intimidade e entrega acaba por ser maior por parte do público, pois é algo que não acontece todos os dias (teres bandas estrangeiras na tua cidade)!
Besta ao vivo no Brasil
Por último, recomendamos-te o canal do Youtube do Paulo Rui, “Ainda Há Tempo“, onde o músico aborda, de forma regular, o panorama musical do underground português! A não perder!