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Livro Mata-Ratos | Capítulo V

Este livro são pequenos contos literários e fantasiosos, baseados nas canções dos Mata-Ratos. Este projecto, está dividido por vários capítulos, que serão publicados a cada sexta-feira.

Mata-Ratos

Sejam bem-vindos/as ao Capítulo V do livro dos Mata-Ratos. Estou muito feliz de o feedback, até ao dia de hoje, ter sido muito positivo. Vamos lá ver se eu não arruino isto tudo com o quinto conto! Dizem que os tornados ciclónicos literários são muito comuns. Eu não sei, para dizer a verdade. E espero que não me apareça nenhum esta semana!

Como há sempre a (grande probabilidade) de haver pessoas que não leram os primeiros capítulos, ou que não têm a mínima ideia de que estou a falar.

Assim sendo, deixo abaixo alguns links: uma introdução e contextualização deste livro, que nunca chegou a ser editado, e também os primeiros capítulos! Recomenda-se a leitura!

Mas o que diabos está este gajo a falar? O que é este “quase-livro?”

Capítulo I – “És um homem ou és um rato?”

Capítulo II – “Rei da Noite”

Capítulo III – “Armando É Um Comando”

Capítulo IV – “Putas ao Poder”


Como funciona o livro?

Aviso desde já que esta não é uma biografia da banda.

Este livro são pequenos contos literários e fantasiosos, baseados nas canções dos Mata-Ratos. Este projecto, está dividido por vários capítulos, que serão publicados a cada sexta-feira.

Cada capítulo é narrado de forma independente, sempre na primeira pessoa de um diferente personagem. Existe fio condutor que, aos poucos, é criado entre os diferentes 33 contos. Por fim, é dado um sentido comum a todos.

Ou seja, entre as diferentes histórias existe um universo “mata-ratiano”, que é descortinado de forma lenta mas coesa, a meu ver. Neste caso, este “Cães de Cristo” (o então título do livro, que foi o primeiro nome dos Mata-Ratos), cada acontecimento é um mundo por si só e os personagens vivem todos no mesmo universo, embora em espaços distintos.

Não quis limitar-te a um só género de narrativo. Cada capítulo é único por si só. Admito que a leitura, ao início, possa ser um pouco confusa e difícil de interpretar. Mas, aos poucos, vai-se entranhando. Tal como a música dos Mata-Ratos, há escritos agressivos, sexuais, outros divertidos, sarcásticos e até ironias que, à primeira impressão, possam fazer pouco sentido.

Escolhi assim escrever textos “comuns”, passando por poesia, manifestos, telegramas, entre outras metamorfoses musico-literárias.

Gosto muito da ideia de um universo literário. E ainda mais, de um universo literário punk.


Aviso! (Importante)

Tal como as letras dos Mata-Ratos, algumas partes dos textos possam parecer “vulgares” e indecentes. Mas para quem conhece o grupo, e principalmente o seu conteúdo lírico, isto não é nada de novo.

Assim sendo, é tido como como princípio comum que o conteúdo lírico “obsceno” dos Mata-Ratos não tem como intenção ofender ninguém mas sim chamar à atenção a séria questão de problemas sociais mais abrangentes, através de uma linguagem mais forte e polémica. E, desta forma, os textos literários deste livro baseiam-se nesse mesmo género de canções. Por consequência, os contos também possuem uma linguagem robusta, à semelhança do conteúdo literário do grupo lisboeta.

Caso não estejas de acordo com este tipo de expressão, e conteúdo lírico, recomenda-se que não prossigas à leitura deste artigo e capítulo.


Contextualização

Para ajudar um pouco à compreensão de cada capítulo, decidi incluir uma pequena explicação sobre o contexto onde o personagem se encontra, a música na qual o capítulo foi baseado e a respectiva letra. O livro conta com 33 capítulos porque, em 2015 (altura em que realizei este projecto), esse era o número de anos de existência da banda (est. 1982).

Depois do IV Capítulo, “Putas ao Poder“, a linha narrativa musical dos infames Mata-Ratos apresenta-nos assim ao mundo da obscenidade carnal do Zulmiro Pascoal. Para quem desconhece, ele é um tarado sexual e vem apresentar-nos o partido ideal: CCM.

Este é o Manifesto político que o Secretário-Geral do partido escreveu em 1990 e, passados 30 anos, veio finalmente à tona! Será que Zulmiro Pascoal tem possibilidades de ganhar as eleições nacionais este ano?


E agora?

Este é o quinto capítulo do livro e estou ainda a ajustar e moldar a forma como seguir-se-ão os restantes. Deixa-me comentar-te que a introdução ao livro é tão extensa quanto o próprio o capítulo em si. Isto deve-se ao facto que, na minha humilde opinião, o contexto e explicação destes pequenos contos são uma parte inerente e crucial do livro.

A meu ver, no equilibrio geral das coisas, a contextualização encontra o mesmo grau de importância que os capítulos. Um não pode co-existir sem o outro, de forma a prevalecer um total entedimento da escrita “mata-ratiana“.


Música “CCM”


Letra “CCM”

Eu não gosto do PS nem sequer do CDS
Não suporto o PC que se lixe o PSD
Sou Zulmiro Pascoal o tarado sexual
E venho apresentar-lhes o partido ideal

C.C.M (Cona – Cu & Mamas)

Eu não gosto do PS nem sequer do CDS
Não suporto o PC que se lixe o PSD
Eu só voto no partido que nada teme
Pela orgia total falamos a revolução sexual

C.C.M (Cona, Cú & Mamas)

Eu não gosto do PS nem sequer do CDS
Não suporto o PC que se lixe o PSD
Agora nao te esqueças de na proxima eleição
Dar o teu apoio no êxito da depravação


Capítulo V – “CCM”

Portugueses, peço-vos que me ouçam com clareza. O País atravessa uma profunda crise, resultado de terríveis prévias governações. Necessitamos de uma mudança em Portugal. É preciso terminar com o déficit e criar mais postos de trabalhos. Aqueles que os prometeram, arranjaram tachos para os boys e rapidamente abandonaram o seu cargo após satisfazer os seus próprios interesses. Estamos numa época de austeridade e não podemos permitir que seja o povo a pagar uma dívida que não criou.

Estamos cansados de ouvir falsas promessas, por parte do atual governo. Os impostos sobre os quais tanto discursaram não desceram e, com ou sem coligações, já vimos ao longo da História nacional que os programas eleitorais idealizados antes das legislativas nunca são colocados em prática após as eleições. Se nem os comunistas da Revolução dos Cravos não conseguiram tirar o Portugal da miséria, tão pouco serão os socialistas de hoje a fazê-lo.

No nosso parlamento são discutidos simbólicos pormenores executivos que nada melhoram a nossa vida e as propostas diárias que os deputados apresentam não se enquadram à vida econômico-social dos nossos contribuintes. O sistema tributário português não pode viver à custa das classes trabalhadoras. Precisamos terminar com a dívida do PIB e, para isso acontecer, não podemos cair em falsos idealismos sócio-democráticos, sejam eles centristas ou não.

As administrações têm que saber estar em contato com os portugueses e, mais do que isso, têm que verdadeiramente representar-nos. É preciso dar-nos voz e todas as decisões tomadas deverão beneficiar Portugal enquanto um todo e não apenas a alguns favorecidos que, como todos sabemos, que tal realidade tem acontecido até ao presente dia.

Portugal precisa de uma nova liderança! Portugal precisa de uma revolução! E por isso, caros compatriotas, venho apresentar-vos o partido ideal: CCM.

Abaixo subscrevo,

Zulmiro Pascoal, Secretário-Geral do CCM

Fim.


Publicarei cada conto uma vez por semana no Portugarte, à sexta-feira, em honra à música Bezana Ska, onde o pessoal sai precisamente nesse dia para embededar-se e divertir-se.

A ideia deste livro é precisamente esta. Criar uma bebedeira colectiva literária, onde somos imergidos pelo álcool das boémias palavras e música dos Mata-Ratos. Vemo-nos na tasca! Até breve compas!


Sugestões, caricas, cartas de amor ou de “sentir o ódio”? É escrever-me!


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Etiquetas: , , , , , , , , , , , , , , Last modified: Agosto 7, 2020