Written by: Artes Ilustração

Ohspital e o “story telling” feminino na dark art

Ohspital é uma ilustradora que possui um maravilhoso traço feminino, no mundo da dark art. O seu multiculturalismo ilustrativo é também deveras importante.

Ohspital

Ohspital é o alter ego da ilustradora setubalense Maria. A paixão ilustrativa da artista portuguesa despertou aos 10/11 aquando da apresentação, por parte de uma amiga, ao mundo de Sakura Card Captor (SCC).

Ohspital

Tal como o cineasta Alejandro Jodorowsky percebeu o potencial criativo de HR Giger, aquando da sua intenção de realizar Dune, Ohspital também não foi indiferente à arte fantástica do artista suízo.

A nossa ilustradora estimou imensamente o seu surrealismo negro, o que acabou por direccionar Maria ao mundos do “horror” fantástico. Assim sendo, devido à sua tenra idade, a conotoção erótica de HR Gigger passou despercebida aos seus olhos, tendo sido marcada por uma forte componente fantástica da negritude ilustrativa.

O seu interesse pelo mundo da arte estava assim traçado.

O multi-culturalismo de Ohspital encontra as suas bases na intersecção de fortuitos encontros. Lembram-se da sua amiga que a apresentou ao SCC? A sua mãe era tailandensa e, desta forma, Maria teve acesso a um variado leque de filmes de terror coreanos e arte oriental. Relativamente ao que a influenciou até aos dias de hoje, a ilustradora lista-nos o seguinte:

Folclore japonês, mitologia, o “oculto” de forma geral. Artistas como HR Giger, Junji Ito, Toshio Saeki. Filmes e animes como Aeon Flux, Demon City, Vampire Hunter D, MatriX, Blade, Ghost In The Shell, Ninja Scroll, muitos artistas e pessoas “random” online juntamente o mundo das tatuagens e o underground.



Uma artista não se define a partir de um determinado dia, a uma determinada hora. É um processo de contínua construção que se vai entrelançando com o mais íntimo âmago do nosso ser até que um dia… a artista simplesmente o é.

Talvez também por isso Ohspital sempre recusou, no seu íntimo, a ideia de trabalhar directamente em projetos elaborados em torno de um desenho, como bandas desenhada ou filmes animados para poder seguir uma carreira artística menos clássica. Mas é precisamente aí que a sua aventura começa.

Quando questionada sobre a sua relação entre o feminino e a dark art, a ilustradora comenta-nos que:

Sim, é verdade! Uma mistura dos dois. Penso que a coerência que existe estar ligada obviamente à minha expressão artística de momento, penso que tem uma ligação com o a exploração que estou a tentar ter do mundo que continuo a criar para mim mesma e com a minha relação com o story telling, apesar de não sentir que é tão representativo como queria que fosse ainda, ainda sinto que estou ainda numa fase experimental.

Por último, relativamente à materialização da sua arte, é muito interessante notar que Ohspital extrapola os “limites” dos quadros, transpondo assim a sua ilustração para peças do dia-a-dia. Foi assim criada uma linha merchandising que tem tido uma boa recepção.


Para conhecer mais obras ilustrativas do trabalho de Ohspital, é só visitar o seu Instagram.


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