Foi precisamente com esta questão em mente que o Portugarte entrou em contacto com director da galeria angolana Espaço Luanda Arte (ELA), Dominick Maia Tanner. Após uma conversa digital, chegamos à conclusão de que não existem respostas fáceis para perguntas dificeis. A arte em Angola é um tema que nos interessa a ambos e temos em mente aprofundar esta temática num futuro próximo, nesta plataforma.
Há algo que sempre nos intrigou, ou seja, a falta de comunicação artística entre os países da língua portuguesa. É praticamente inexistente um eficaz canal de comunicação mediático que proporcione uma relevante e simbiótica divulgação e destaque dos artistas de Angola em Portugal e Brasil, por exemplo.
Infelizmente, por várias razões, estes circuitos artísticos acabam por fechar-se em si mesmos, independentemente do país em questão. Apesar de existirem algumas pontuais excepções, torna-se extremamente difícil difundir internacionalmente o merecido trabalho artístico de pessoas oriundas dos referidos países.
Dominick é produtor e curador do ELA e, assim sendo, deu a conhecer ao Portugarte 3 mestres angolanos que merecem o seu devido destaque.
1) António Ole
António Ole é um dos criadores angolanos mais reconhecidos. Com uma carreira sólida, coerente e ousada, o seu trabalho é um dos mais belos testemunhos da história política, social e económica de Angola, nos últimos cinquenta anos.*

Madeira, chapa de ferro e zinco, plástico, alumínio, vidro e lâmpadas
400 x 900 cm
2001
Fotografia: Antonio Ole
2) Paulo Kapela
Kapela interpreta o seu trabalho como uma questão importante no contexto da reconciliação entre as culturas europeias e africanas. Assim, o artista recorda e reestrutura uma sociedade fraturada e amputada, após os anos de guerra. O mestre procura encontrar um equilíbrio entre os elementos discordantes e recria esta história, nas suas obras, através da sua original perspectiva, que combina narrativas reais e surreais, abordando desta forma pesadelos e utopias de Luanda.*

2011
Fotografia: African Contemporary
3) Van
O artista tem desenvolvido, nos últimos tempos, uma pintura influenciada pelos ideogramas, arte rupestre e signos visuais tradicionais. Van introduz assim técnicas modernas, com a finalidade de adaptar os elementos figurativos à modernidade. *

2013
Fotografia: Paulino Damião
E quanto ao futuro da arte de Angola no Portugarte?
Esta publicação não é fim em si mesmo mas muito pelo contrário. Prentedemos expandir esta temática e continuar a divulgar a arte africana no Portugarte. Enquanto isso, o galerista Dominick Maia Tanner recomenda-te a visita aos seguintes espaços virtuais, representativos de uma maravilhosa Angola artística:
- Johannesburg Art Gallery
- Africa Remix: Contemporary Art of a Continent
- Pavilhão de Angola – Bienal Veneza 2015
Até já!
Fontes
* (1) Embaixada de Angola
* (2) ‘BUALA’, Nadine Siegert
* (3) Jornal de Angola